A Alergia Alimentar é uma reação adversa a 
determinado alimento. Envolve um mecanismo imunológico e tem apresentação 
clínica muito variável, com sintomas que podem surgir na pele, no sistema 
gastrointestinal e respiratório. As reações podem ser leves com simples coceira 
nos lábios até reações graves que podem comprometer vários órgãos. A Alergia 
Alimentar resulta de uma resposta exagerada do organismo a determinada 
substância presente nos alimentos.   
O que é Reação Adversa a Alimentos? 
É qualquer reação indesejável que ocorre após ingestão de 
alimentos ou aditivos alimentares. Estas podem ser classificadas em reações 
tóxicas e não-tóxicas. As reações não-tóxicas podem ser de Intolerância ou 
Hipersensibilidade. 
Exemplo de reação não-alérgica são as reações por ingestão de alimentos contaminados por microorganismos. Estas se apresentam agudamente com febre, vômitos, diarréia e geralmente acometem várias pessoas que ingeriram os alimentos contaminados.
Exemplo de reação não-alérgica são as reações por ingestão de alimentos contaminados por microorganismos. Estas se apresentam agudamente com febre, vômitos, diarréia e geralmente acometem várias pessoas que ingeriram os alimentos contaminados.
A Intolerância à Lactose é uma 
reação alérgica? 
A intolerância à lactose é uma desordem metabólica onde 
a ausência da enzima lactase no intestino determina uma incapacidade na digestão 
de lactose (açúcar do leite) que pode resultar em sintomas intestinais como 
distensão abdominal e diarréia. Esta intolerância geralmente é dose dependente e 
o indivíduo pode tolerar pequenos volumes de leite por dia ou se beneficiar dos 
leites industrializados com baixos teores de lactose. Portanto, a Intolerância à 
Lactose não é uma Alergia Alimentar apesar de frequentemente confundida pelos 
familiares e profissionais de saúde. Torna-se importante esta diferenciação, 
pois a orientação nutricional é distinta. Enquanto na intolerância à lactose, 
eventualmente, é possível ingerir pequenas quantidades de leite, na Alergia às 
proteínas do leite, a alimentação não deve conter leite ou derivados.   
Quais os fatores envolvidos na 
Alergia Alimentar?   
A predisposição genética, a potência antigênica de alguns alimentos e alterações a nível do intestino parecem ter importante papel. Existem mecanismos de defesa principalmente a nível do trato gastrintestinal que impedem a penetração do alérgeno alimentar e conseqüente sensibilização. Estudos indicam que de 50 a 70% dos pacientes com Alergia Alimentar possuem história familiar de alergia. Se o pai e a mãe apresentam alergia, a probabilidade de terem filhos alérgicos é de 75%.
A predisposição genética, a potência antigênica de alguns alimentos e alterações a nível do intestino parecem ter importante papel. Existem mecanismos de defesa principalmente a nível do trato gastrintestinal que impedem a penetração do alérgeno alimentar e conseqüente sensibilização. Estudos indicam que de 50 a 70% dos pacientes com Alergia Alimentar possuem história familiar de alergia. Se o pai e a mãe apresentam alergia, a probabilidade de terem filhos alérgicos é de 75%.
Quais os alimentos mais 
frequentemente envolvidos na Alergia Alimentar? 
Qualquer 
alimento pode desencadear reação alérgica. No entanto, leite de vaca, ovo, soja, 
trigo, peixe e crustáceos são os mais envolvidos. A sensibilização a estes 
alimentos (formação de anticorpos IgE) depende dos hábitos alimentares da 
população. O amendoim, os crustáceos, o leite de vaca e as nozes são os 
alimentos que com maior freqüência provocam reações graves 
(anafiláticas).
Os alimentos podem provocar reações cruzadas, ou seja, alimentos diferentes podem induzir respostas alérgicas semelhantes no mesmo individuo. O paciente alérgico ao camarão pode não tolerar outros crustáceos. Da mesma forma, pacientes alérgicos ao amendoim podem também apresentar reação ao ingerir a soja, ervilha ou outros feijões.
Os alimentos podem provocar reações cruzadas, ou seja, alimentos diferentes podem induzir respostas alérgicas semelhantes no mesmo individuo. O paciente alérgico ao camarão pode não tolerar outros crustáceos. Da mesma forma, pacientes alérgicos ao amendoim podem também apresentar reação ao ingerir a soja, ervilha ou outros feijões.
E quanto aos corantes e aditivos 
alimentares? 
As reações adversas aos conservantes, 
corantes e aditivos alimentares são raras, mas não devem ser menosprezadas. O 
corante artificial tartrazina (FD&C amarelo#5), sulfitos e glutamato 
monossódico são relatados como causadores de reações. A tartrazina pode ser 
encontrada nos sucos artificiais, gelatinas e balas coloridas enquanto o 
glutamato monossódico pode estar presente nos alimentos salgados como temperos 
(caldos de carne ou galinha). Os sulfitos são usados como conservantes em 
alimentos (frutas desidratadas, vinhos, sucos industrializados) e medicamentos 
tem sido relacionados a crises de asma em indivíduos sensíveis.   
Quais as principais manifestações 
clínicas da Alergia Alimentar? 
São mais comuns as reações que 
envolvem a pele (urticária, inchaço, coceira, eczema), o aparelho 
gastrintestinal (diarréia, dor abdominal, vômitos) e o sistema respiratório, 
como tosse, rouquidão e chiado no peito. Manifestações mais intensas, acometendo 
vários órgãos simultaneamente (Reação Anafilática), também podem ocorrer. 
Nas crianças pequenas, pode ocorrer perda de sangue nas fezes, o que vai ocasionar anemia e retardo no crescimento. Sintomas nasais isolados não são comuns.
Nas crianças pequenas, pode ocorrer perda de sangue nas fezes, o que vai ocasionar anemia e retardo no crescimento. Sintomas nasais isolados não são comuns.
O que é Reação Anafilática? 
É uma reação súbita, grave que impõe socorro imediato por 
ser potencialmente fatal. A Reação Anafilática pode ser provocada por 
medicamentos, venenos de insetos e alimentos. Na Alergia Alimentar, o alimento 
induz a liberação maciça de substâncias químicas que vai determinar um quadro 
grave de resposta sistêmica associado à coceira generalizada, inchaços, tosse, 
rouquidão, diarréia, dor na barriga, vômitos, aperto no peito com queda da 
pressão arterial, arritmias cardíacas e colapso vascular ("choque anafilático"). 
  
O exercício físico pode provocar 
reação anafilática? 
Exercício físico pode provocar reação 
anafilática muito raramente. Associação de ingestão de alimento e exercício 
físico extenuante também tem sido observada.   
O que é Síndrome de Alergia Oral? 
É uma manifestação de Alergia Alimentar que ocorre após 
contato de determinados alimentos com a mucosa oral. As manifestações ocorrem 
imediatamente após contato do alimento com a mucosa da boca, ocasionando coceira 
e inchaço nos lábios, palato e faringe. O edema de glote não é freqüente. Ocorre 
principalmente em pacientes com alergia aos pólens e os alimentos mais 
frequentemente envolvidos são: melão, melancia, banana, maçã, pêssego, cereja, 
batata, cenoura, ameixa, amêndoa, avelã e aipo.   
Como fazer o 
diagnóstico de Alergia Alimentar? 
O diagnóstico depende de história clínica minuciosa associada a dados de exame físico que podem ser complementados por testes alérgicos.
Na história clínica, é fundamental que o paciente ou seus pais, no caso das crianças, auxilie fornecendo detalhes sobre os alimentos ingeridos rotineiramente ou eventuais. Em algumas situações é possível correlacionar o surgimento dos sintomas com a ingestão de determinado alimento. Em outras ocasiões o quadro não é tão evidente, necessitando de história mais detalhada. Isso ocorre principalmente quando as reações ocorrem horas após a ingestão do alérgeno.
A Alergia Alimentar ocorre mais frequentemente nas crianças pequenas onde o leite de vaca e o ovo são os alimentos mais comuns. Apesar de muitas vezes incriminado (pelos pais e avós) como causa de Alergia Alimentar, o chocolate raramente causa alergia. Nestes casos, se torna necessário pesquisar alergia às proteínas do leite de vaca ou da soja, usadas em sua fabricação. Nos adultos, o camarão é queixa freqüente em nosso meio.
O diagnóstico depende de história clínica minuciosa associada a dados de exame físico que podem ser complementados por testes alérgicos.
Na história clínica, é fundamental que o paciente ou seus pais, no caso das crianças, auxilie fornecendo detalhes sobre os alimentos ingeridos rotineiramente ou eventuais. Em algumas situações é possível correlacionar o surgimento dos sintomas com a ingestão de determinado alimento. Em outras ocasiões o quadro não é tão evidente, necessitando de história mais detalhada. Isso ocorre principalmente quando as reações ocorrem horas após a ingestão do alérgeno.
A Alergia Alimentar ocorre mais frequentemente nas crianças pequenas onde o leite de vaca e o ovo são os alimentos mais comuns. Apesar de muitas vezes incriminado (pelos pais e avós) como causa de Alergia Alimentar, o chocolate raramente causa alergia. Nestes casos, se torna necessário pesquisar alergia às proteínas do leite de vaca ou da soja, usadas em sua fabricação. Nos adultos, o camarão é queixa freqüente em nosso meio.
Qual a importância da Alergia 
Alimentar na Dermatite Atópica?
Segundo alguns autores, a 
Alergia Alimentar está presente em 38% das crianças com Dermatite Atópica 
moderada/grave. 
A Dermatite Atópica se apresenta com um quadro de coceira de intensidade moderada a grave, irritabilidade, escoriações provocadas pelo ato de coçar a pele, ressecamento generalizado da pele e eczema simétrico nas dobras dos cotovelos e joelhos, pescoço, face e superfície extensora dos braços e pernas. Os alimentos mais envolvidos são o leite de vaca, ovo, soja, trigo.
A Dermatite Atópica se apresenta com um quadro de coceira de intensidade moderada a grave, irritabilidade, escoriações provocadas pelo ato de coçar a pele, ressecamento generalizado da pele e eczema simétrico nas dobras dos cotovelos e joelhos, pescoço, face e superfície extensora dos braços e pernas. Os alimentos mais envolvidos são o leite de vaca, ovo, soja, trigo.
O que é o teste alérgico? 
É um método diagnóstico seguro e geralmente indolor. Deve 
ser realizado pelo médico especialista que após história clínica e exame físico, 
determinará quais substâncias podem ter importância no quadro clínico e, 
portanto, deverão ser avaliadas. O desconforto pode ocorrer pelo prurido 
(coceira) localizado à área do teste, no caso da reação positiva. 
Na maioria das vezes é realizado no antebraço após higiene local com algodão e álcool. O resultado é obtido em 15 a 20 minutos e a reação positiva consiste na formação de uma pápula vermelha, semelhante à uma picada de mosquito. Esta reação indica presença de IgE específica ao alimento testado. Algumas vezes torna-se necessário realizar o teste com o próprio alimento in natura .
Em algumas situações, o teste cutâneo deve ser substituído pela dosagem de IgE específica no sangue. São elas: necessidade de uso diário de anti-histamínicos (antialérgicos), não disponibilidade de material para teste, presença de eczema severo ou história sugestiva de reação intensa (reação anafilática) a determinado alimento. Muitas vezes o alergista realiza as duas formas de avaliação para ter maior segurança no diagnóstico.
Na maioria das vezes é realizado no antebraço após higiene local com algodão e álcool. O resultado é obtido em 15 a 20 minutos e a reação positiva consiste na formação de uma pápula vermelha, semelhante à uma picada de mosquito. Esta reação indica presença de IgE específica ao alimento testado. Algumas vezes torna-se necessário realizar o teste com o próprio alimento in natura .
Em algumas situações, o teste cutâneo deve ser substituído pela dosagem de IgE específica no sangue. São elas: necessidade de uso diário de anti-histamínicos (antialérgicos), não disponibilidade de material para teste, presença de eczema severo ou história sugestiva de reação intensa (reação anafilática) a determinado alimento. Muitas vezes o alergista realiza as duas formas de avaliação para ter maior segurança no diagnóstico.
Como tratar a Alergia Alimentar? 
Até o momento, não existe um medicamento específico para 
prevenir a Alergia Alimentar. Uma vez diagnosticada, são utilizados medicamentos 
específicos para o tratamento dos sintomas (crise) sendo de extrema importância 
fornecer orientações ao paciente e familiares para que se evite novos contatos 
com o alimento desencadeante. As orientações devem ser fornecidas por escrito 
visando a substituição do alimento excluído e evitando-se deficiências 
nutricionais até quadros de desnutrição importante principalmente nas crianças. 
O paciente deve estar sempre atento verificando o rótulo dos alimentos 
industrializados buscando identificar nomes relacionados ao alimento que lhe 
desencadeou a alergia. Por exemplo, a presença de manteiga, soro, lactoalbumina 
ou caseinato apontam para a presença de leite de vaca. Todas as orientações 
devem ser fornecidas aos pacientes e familiares.   
O que fazer caso venha ocorrer a 
ingestão acidental do alimento?
A exclusão de um 
determinado alimento não é tarefa fácil e a exposição acidental ocorre com certa 
freqüência. Os indivíduos com Alergia Alimentar grave (reação anafilática) devem 
portar braceletes ou cartões que os identifiquem, para que cuidados médicos 
sejam imediatamente tomadas. As reações leves desaparecem espontaneamente ou 
respondem aos anti-histamínicos (antialérgicos). Pacientes com história de 
reações graves devem ser orientados a portar medicamentos específicos 
(adrenalina), mas torna-se obrigatório uma avaliação em serviço de emergência 
para tratamento adequado e observação, pois em alguns casos pode ocorrer uma 
segunda reação, tardia, horas após.   
O paciente que apresenta reação a 
determinado alimento poderá um dia voltar a ingeri-lo?  
Aproximadamente 85% 
das crianças perdem a sensibilidade à maioria dos alimentos (ovos, leite de 
vaca, trigo e soja) que lhes provoca alergia alimentar entre os 3-5 anos de 
idade. O teste cutâneo permanece positivo apesar do aparecimento da tolerância 
ao alimento. A sensibilidade ao amendoim, nozes, peixe e camarão raramente 
desaparece.
Em alguns casos, principalmente nas crianças, a exclusão rigorosa do alimento parece promover a diminuição da alergia. O alimento deve permanecer suspenso por aproximadamente 6 meses. Após este período o médico especialista poderá recomendar uma reintrodução do alimento e observar os sintomas. Se o indivíduo permanecer assintomático e conseguir ingerir o alimento, o mesmo pode ser liberado. Caso ocorra qualquer sintoma, a dieta de eliminação deve ser mantida. A presença de reação alérgica grave, como a anafilaxia ao amendoim, contra-indica esta reintrodução. Nos pacientes altamente sensibilizados, a presença de quantidades mínimas do alimento pode desencadear reação de extrema gravidade.
Em alguns casos, principalmente nas crianças, a exclusão rigorosa do alimento parece promover a diminuição da alergia. O alimento deve permanecer suspenso por aproximadamente 6 meses. Após este período o médico especialista poderá recomendar uma reintrodução do alimento e observar os sintomas. Se o indivíduo permanecer assintomático e conseguir ingerir o alimento, o mesmo pode ser liberado. Caso ocorra qualquer sintoma, a dieta de eliminação deve ser mantida. A presença de reação alérgica grave, como a anafilaxia ao amendoim, contra-indica esta reintrodução. Nos pacientes altamente sensibilizados, a presença de quantidades mínimas do alimento pode desencadear reação de extrema gravidade.
Existe algum meio de prevenir a 
Alergia Alimentar? 
Algumas orientações devem ser dadas aos 
recém-nascidos de pais ou irmãos atópicos. O estímulo ao aleitamento materno no 
primeiro ano de vida é fundamental assim como a introdução tardia dos alimentos 
sólidos potencialmente provocadores de alergia. Recomenda-se a introdução dos 
alimentos sólidos após o 6º mês, o leite de vaca após 1 ano de idade, ovos aos 2 
anos e amendoim, nozes e peixe, somente após o 3º ano de vida.   
Fonte: Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia - 2011

 
 
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