Apesar do uso milenar no oriente, o brasileiro ainda não conhece bem a bebida. A seguir, onze dicas para apreciar melhor o chá.
O chá é ingrediente de uso milenar no oriente. No Brasil, porém, talvez por
falta de conhecimento ou hábito, o verdadeiro chá continua sendo pouco
conhecido. A passos lentos, é verdade, ele se faz notar especialmente em São
Paulo, que tem a numerosa colônia japonesa como aliada na sua divulgação. Lojas
modernas despontam na capital da gastronomia no país, resgatando a atmosfera
tradicional da bebida, e o uso do chá na cozinha joga luz sobre o apaixonante
produto. Por aqui, aliás, até o nome gera confusão: somente a planta
Camellia sinensis pode ser chamada de chá – no caso, ela dá origem aos
chás verde, branco, preto e oolongo. Bebidas feitas com hortelã, capim cidreira
e outras ervas são ótimas infusões - ou seja, a rigor, não são chás.
Algumas informações e curiosidades para
ajudar a entender e a apreciar o chá que, além de saboroso, tem uma porção de
benefícios para a saúde:
1. A origem do uso do chá data de 2.700 a.C., na China. Foi nessa época que
as características medicinais da planta foram descobertas. As folhas eram
colhidas das árvores e iam direto para a panela e o resultado, claro, era uma
bebida muito amarga. A fim de manter suas propriedades e suavizar o sabor, foram
desenvolvidos os primeiros procedimentos para transformar as plantas em chás:
secagem, moagem, cozimento.
2. No Brasil, o que muita gente não sabe é que os chás verde, preto,
dourado, branco e vermelho são feitos de uma mesma planta, a Camellia
sinensis, mencionada antes. O que os diferencia é a maneira como a
erva é tratada depois de colhida. Acontece que as folhas entram em um processo
de oxidação logo que são tiradas do pé. Esse processo é interrompido em
diferentes momentos, dependendo do resultado desejado:
- Chás brancos são feitos do broto da planta, que muitas vezes ficou
protegido do sol.
- Nos chás verdes a folha verde tem a oxidação interrompida (por calor, vapor
ou cozimento). É muito consumido no Japão e tem conhecida ação antioxidante.
- O chá dourado é semi-oxidado e também conhecido como oolongo.
- Chás vermelhos são totalmente oxidados. Sua coloração é decorrente do local
em que a planta foi cultivada. São típicos da China e conhecidos por ativar o
metabolismo.
- Chás pretos são totalmente fermentados e comuns na Inglaterra e na Índia.
Entre seus benefícios, é dito que fazem bem para a circulação e artérias.
3. Mas e os sabores? Como explicar o gostinho ou o aroma de jasmim ou
pêssego que alguns chás têm? eles podem ser aromatizados com flores, frutos e
especiarias. As folhas agregam sabor muito rapidamente à receita, e a simples
mistura com alguns ingredientes, durante algum tempo, faz com que ela adquira
suas notas.
4. Como escolher um entre os mais de 5000 tipos de chás que existem?
O importante é que sejam orgânicos, isentos de agrotóxicos. Esses produtos comprometem sua naturalidade. Chás a granel
não são melhores do que os práticos saquinhos. O que deve ser observado na hora
da compra é a procedência.
5. Para extrair o melhor da erva, alguns
cuidados com a temperatura devem ser observados. Jogar o chá na água
fervente, por exemplo, não trará resultado satisfatório. O chá preto deve ser
feito com água a até 95 graus e ‘descansar’ por 3 a 4 minutos antes de ser
servido. O verde e o vermelho aguentam no máximo 85 graus, sendo que o repouso
do primeiro é mais rápido: 2 minutos. Por isso, um
termômetro culinário é objeto indispensável no kit do apreciador de chá. Na
dúvida sobre temperaturas e tempos adequados, vale seguir as indicações de
preparo impressas na embalagem do produto – não são todos, mas muitos vêm com
instruções.
7. Tomar chá com leite é coisa dos ingleses, que começaram a consumir o produto em substituição ao café. O hábito pegou por causa das propriedades digestivas, perfeitas para aplacar os pratos pesados que consumiam. Logo, o chá foi incorporado no lanchinho da tarde, ao lado de sanduíches, doces, bolos.
8. Até hoje, essa bebida tem importante papel em rituais orientais. No Japão, a cerimônia do chá culmina no preparo de um exemplar verde em pó com água quente, que deve ser compartilhado entre os presentes. Todo o cerimonial tem um significado que sintetiza o estilo de vida zen budista, e somente mulheres com muitos anos de prática conseguem realizá-la.
9. Mesmo sem uma simbologia profunda, alguns chás
possibilitam um verdadeiro encanto visual. É o caso dos que são incrementados
com uma flor - que pode ser malva, jasmim, lavanda etc - que se abre a olhos
vistos. No caso, ela é prensada com o broto do chá branco por fora e é revelada
quando a bebida quente entra em contato, na xícara.
10. Agora que você já sabe alguma coisa sobre chá, é hora de lotar a
despensa de casa com eles, certo? Errado. Quando guardados em latas ou
potes com fechos herméticos, o sabor e o aroma são mantidos por até um ano. Quem preferir as embalagens decoradas de madeira deve notar as
recomendações: As cheirosas comprometem o produto.
Ingredientes como café, que tem aroma forte e predominante, também não devem
dividir o armário com eles.
11. O chá pode ser um ingrediente
interessante em comidas, mas seu uso pede cautela. Em doces mais delicados, como
musses, se sugere adicionar infusões à receita, no lugar do chá propriamente
dito. Quitutes mais doces, como brigadeiros e
carolinas, podem ser feitos com o ingrediente em pó. Mas é preciso adicioná-lo
com cuidado, pois o efeito é mais potente.
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